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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Liberto


Tentei distanciar-me da saudade que a tua ausência trouxe a minha existência sem sentido. Não suportava amar apenas a solidão.

Contra minha vontade, degredei-me para uma ilha distante, onde reina o egoísta infeliz que todos os dias lamenta-se profundamente por ser assim...

Sentenciei meus sentimentos por ti a instantes intermináveis de amargo silêncio, porque perdem a razão quando alguém se encontra só.

De pensamento mudo, o claustro da cela ao qual me condenei fez-me quedar na vergonha por ter desejado nunca mais te ver...

Todavia, já deveria saber: um coração que ama é indomável, insofreável, impossível de ser preso eternamente nos pesados grilhões da indiferença do eu obscuro!

Fugi, então, de forma espetacular, dessa prisão úmida e escura, deixando para trás uma ilha chamada "tenho medo de te amar".


*   *   *

O Sol da Paixão cegou-me, cobrando o seu tributo, por eu ter sido tão rebelde.

Mas os deuses, por compaixão, fizeram com que voltasse a enxergar...

...pelos olhos de tua alma...

"E assim deve ser" - disseram-nos - "para que nunca mais haja solidão entre vós que amais um ao outro".

2 vozes:

Sujeito Oculto disse...

Seu texto me fizera muito bem, embora também ao meu oceano conhecido como lágrima. É que no fundo, quando estamos mal, nada faz bem. É tudo a mesma merda! (Desculpe o desabafo...) Mas eu realmente gostei de seu texto. Pra variar.

Sheila disse...

Que coisa linda! É tão assim quando a gente ama mas tenta fugir...

Tava com saudades :D

Beijocas e boa semana.

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