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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Jóia do Rio


Ela caminhava na margem oposta do rio quando a conheci. 

O que me chamou a atenção fora um brilho intenso na altura de seu peito. Uma pedra preciosa de considerável quilate que levava consigo. 

__É a maior e mais linda que vi até agora!__ gritei. 

__Quer para você?! Tenho outras!__respondeu a garota.

Soube mais tarde que era mentira. Aquela pedra era a única que possuía. Mesmo assim, sem titubear, arrancou o colar do pescoço e atirou a jóia em minha direção. 

O brilhante, todavia, teve um fim diverso: foi parar no seio das águas turvas do caudaloso rio, afundando lentamente, para meu desespero...

Olhei aflito para a outra margem. A menina não estava mais lá. Havia sumido depressa por entre os arbustos e pinheiros, assustando os passarinhos. Fugira de mim, por vergonha, talvez... 

Enlouqueci. Pensei em mergulhar. Buscar o diamante...  Hesitei, porém, porque senti dentro de mim um apelo, a maneira de uma mão invisível tolhendo-me a vontade. 

Nunca mais iria encontrá-las.  

Queria devolver o que lhe pertencia realmente... Queria, na verdade, um motivo para revê-las. 

Ver o brilho daquela jóia em seu peito, mais uma vez... 


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