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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Paixão


Você me chama. Eu vou incendiário...


terça-feira, 27 de agosto de 2013

O que é seu está guardado...





"Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
 E permitir..."

___


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

For Your Babies




Uma música suave... para aquietar o coração, a esta altura da madruga...



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Post-rock


Adoro o Post-rock!

Na minha visão, é a música das ruas e praias desertas; do por do sol lambendo os edifícios de aço e vidro; das madrugadas literárias, solitárias, enluaradas e repletas de estrelas... 

É o rock que aponta para a beleza nos pequenos detalhes largados no meio do caminho, a espera de quem os possa encontrar... É aquele ritmo capaz de pintar, na tela da mente, o voo das aves; o desenho sinuoso das garoas nas vidraças; a imensidão do mar perpétuo e dos campos a perder de vista... São composições que nos conduzem para o aconchego dos bosques e nos elevam até a majestosa quietude das montanhas; que  resgatam as cores de cada nuvem nômade, de cada céu que vimos e veremos... 

Os acordes, que se propagam diante de meus olhos fechados, trazem a sensação dos toques inesperados; do amor que se desvela nos olhares; dos abraços que misturam os sentimentos; da paixão nas línguas que se enroscam até a intimidade e a cumplicidade... 

É a música dos gestos lentos, sutis; do tempo quase parando a vida... Também emoldura minhas horas de tristeza, de melancolia, de tédio e meus momentos de saudade, fazendo lágrimas rolarem pelas mãos...

São notas que exalam a lembrança dos perfumes que não passam; do dégradé das folhas mortas do outono; dos banhos de chuva no verão; das tardes alaranjadas que se refletem nos cabelos; dos sorrisos quando nos alcança a brisa; das penumbras que acalmam; do orvalho das manhãs; da luz do Sol entrando pelas janelas; da ida dos reencontros; das vindas das despedidas...

Ele é o som que, muitas vezes, me faz perder os contornos da existência, para eu saber quem sou. 


O Post-rock é a música da transcendência, onde sonhar não é o limite...

Existe muito mais, além de nós...


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Edit 1.1


Dei mais um "grau" no texto anterior... Agora, realmente, acabou...

A propósito, leiam este aviso.

Um abração!

Medo do Escuro


Queria esmurrar com raiva o ar, no que seria uma tentativa insana de acertar em cheio as sombras que o cercavam.

Não aprendera a lidar com a escuridão...  Como vencê-la? Como derrotar  o imponderável que lhe aniquilava o ânimo, antes tão forte, determinado? Estava acostumado com outro tipo de confronto,  decorrente dos atritos sólidos, palpáveis, da concorrência desleal, no mundo dos negócios... Nas disputas comerciais, vencia com requintes de crueldade, os que o desafiavam, lançando mão de todos os meios possíveis e impossíveis para a concretização de suas aspirações... Suas empresas lideravam o setor em que atuavam e, de tempos em tempos, batiam recordes de lucro...

Nesse embate interior, que o tomou de surpresa em sua sala, enquanto sozinho meditava, não podia, porém, comprar a vitória. Pensou em chamar alguém que pudesse ajudá-lo, mas, de que adiantaria? Quem do seu  imenso séquito de empregados poderia ser mobilizado em sua defesa? O que vienciava não podia ser colocado em cima da mesa na forma de números, gráficos ou tabelas. Família? Abandonara... Médicos? Iriam entupi-lo com remédios... Psicólogos? Não entrariam nele... Sentiu-se pela primeira vez, após décadas, perdido, porque não surgia outra ideia, outro artifício para se livrar do problema... Logo ele, tão conhecido por trazer na manga os seus "jeitinhos" que lhe abriram tantas portas através de transações escusas... Sentiu-se criança, novamente, com medo do escuro...

 O confronto ao qual se entregara, seguia com a aparência de insolúvel. Travava uma queda de braço em um campo que desconhecia completamente. Apesar dos esforços íntimos, não havia qualquer modificação em seu novo adversário, a escuridão, que permanecia imóvel, impassível, numa flutuação densa, constante, por vezes asfixiante, sitiando,  incólume, o infeliz "lutador".

Sem conseguir sair do lugar, o que ia sobrando desse homem criava raízes num ilusório assoalho de madeira apodrecida, que rangia continuamente, prestes a ceder sob seus pés esculpidos em mármore frio e pesado...

Porém, existia bem perto dele, pouco mais de um braço de distância, uma espécie de interruptor... O dispositivo era semelhante a uma semente, como um grão de mostarda, incrustado na alvenaria de suas criações mentais. Para esse homem, bastava um toque e o reles botão lançaria uma luz eterna naquele inóspito ambiente estreito, mas que a escuridão tranformara em um imenso deserto, com uma aparência de infinito...


sábado, 10 de agosto de 2013

Simple Man



Resta-nos algo, dado por esta senhora, de nome Simplicidade?


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Outras Vidas: Ardenas (1944)


Sentou-se, sem saber, ao certo, onde estava.

Nenhuma lembrança, nenhum pensamento acudia sua mente. Fora tomado por um vazio avassalador. Nenhum eco de humanidade reverberava em seu íntimo... 

A cabeça se esvaziara para dar vazão às lágrimas; para que elas escorressem. Entretanto, coisa alguma ali escorria, fluia, porque um inverno, dos mais rigorosos, penetrava todos os homens. Nem lágrimas, nem sangue, nem amor escorriam na pele de quem quer que estivesse ali. Tudo era feito de gelo, pedra, pólvora e chumbo.

Aliás, o metal das armas e dos projéteis eram as únicas coisas quentes naquela floresta. As balas infindáveis, cuspidas pelos fuzis e pelas metralhadoras traziam o ardor que muitos procuravam desesperados nesses tempos de desumanidade... Sentir no corpo o calor desse inferno, antes da hora derradeira, soava como algo sublime, paradisíaco. Dos céus, desciam as bombas que, para muitos, transformaram-se no símbolo da compaixão pelos sofredores na Terra...   

Após as batalhas, avistara, nos corpos de companheiros falecidos, muitas faces costuradas por um sorriso sinistro. Nunca entendeu isso... ou melhor, nunca quis entender... Não tinha medo da morte, tinha medo da dor... A dor era sua insônia, o que lhe roubava o sono tranquilo. A simples lembrança da dor era o que deveria trazer aos homens o discernimento para que nada daquilo ocorresse. Todos iguais perante a alegria e a dor... Mas não. A ganância, a ambição tapava-lhes os ouvidos com ouro. A sanha de poder, o egoísmo de uns poucos arrastara milhares de vidas para um lugar escuro, longe de tudo que amavam... 

No acampamento, enfurnados nas barracas, os homens não passavam de uma tropa de mulas que pouco ou nada se importava com os motivos dessa guerra fratricida. A razão fora banida pela sobrevivência a todo custo e as circunstâncias venceram as resistências do absurdo, escondendo-se sob o rótulo de "normais". 

Soluçava embaixo daquele capacete - um telhado que nunca deixava o sol entrar. Chorava sem saber mais o porquê. Lágrimas rolavam petrificadas na face rosada pelo frio. Tanto frio, que os sentimentos mais nobres congelavam-se na animalidade que ressurgiu inteiramente livre dentro dele. De mente vazia, esquecera que era um ser humano. Tornou-se inconsciente de sua sempre frágil civilização. Sentia, luta após luta, sua farda crescer como os pelos de seu corpo... e cresciam em abundância... Se algum "civilizado" pudesse vê-lo, estaria, novamente, diante dum lobo - antes, um homem, devorado por si mesmo. A barbárie retornava sequiosa, brandindo a espada da lei do mais forte. Nessa altura da jornada humana, não havia anacronismos; existia sim, uma ainda não evolução. O homem está, há séculos, estacionado em suas chagas morais. Numa teimosia incurável dos erros que comete. Por isso, sofre e, como se já não bastasse o tanto que sofre, busca para si mais sofrimento, num vai e vem cíclico e masoquista.   

De mente vazia, não sentia mais o frio, a fome, a saudade, a tristeza, a camaradagem, nem o peso do corpo exausto, nem o peso das medalhas pela bravura, pelos que matou, pelos ferimentos que ainda sangravam, todavia, não escorriam... O branco do gelo continuava o único puro e imaculado... 

Permaneceria ali, sentado para sempre, se alguém não tivesse dado um forte tapa em seu capacete e ordenado com energia: "chegou a hora, rapaz! De pé, soldado!". 

A ordem retumbante serviu como uma chave, acionando uma ignição que lhe inflamou a alma. Levantou-se rápido, automático.  Sentiu a adrenalina percorrer-lhe as veias. Discretamente, engoliu seco.  Passou no rosto as mãos cobertas por luvas negras. Um pouco atrapalhado, ajeitou o rifle sobre o ombro. Verificou a munição. Olhou ao redor, ao mesmo tempo em que apalpava a farda para ver se não havia esquecido algo. Saiu apressado, trotando... 

Em meio a correria, aos gritos de sargentos e oficiais, ao ronco dos jipes e dos blindados, misturou-se aos demais na coluna que partiria para a linha de frente. Não houve cartas escritas deixadas para trás, exceto pegadas que desapareceriam em breve...  

Marchou. Marcharam...  

Mal saíram do acampamento, ouviu de um cabo novato que andava ao seu lado: "olhem só... começou a nevar...".


sábado, 27 de julho de 2013

Quase Pronto...


Todo o blogueiro sabe o quanto pode ser cansativo - um verdadeiro teste de paciência - procurar por um template que agrade ou mesmo criar um outro para substituir o antigo, quando o seu site já possui uma personalidade...

Bom, mas acho que este blog ficou melhor com este novo modelo: discreto e com um aspecto que me parece ser resistente a passagem do tempo...  Existem alguns retoques a serem dados no layout e depois vejo isso com mais calma.  

Quatro horinhas nessa brincadeira.

Dessa vez, até que foi rápido...


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Maybe I'm Leo


Deixando um pouco de lado essa minha fase "neo-zen-pós-punk" (hã?), por uma boa causa: o fino da guitarra...




quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta aos Navegantes


Eu estava querendo mudar, há um bom tempo, a cara deste blog. 

Letras brancas em fundo preto que costumam cansar a vista, a falta daquele link "postagens mais antigas" o que reduzia a navegabilidade do blog e me impedia de colocar  marcadores, sem contar com outras limitações fruto de erros que cometi ao insistir na "criação" de um layout personalizado sobre uma plataforma mais antiga... 

Parte da demora, na verdade, deu-se porque pretendia fazer algo mais pessoal, não sofisticado. Gosto de blogs com uma face minimalista. Mas a falta de tempo e uma preguicinha básica, para mexer no HTML, foram convencendo-me de deixar tudo naquele status quo virtual...  

Não gosto de penduricalhos. Quanto menos enfeite, para mim, melhor. Há quem goste de um blog mais "tunado"... Tudo bem, faça a sua arte. Eu, porém, dou mais valor: (1º) ao conteúdo e (2º) à funcionalidade. 

Aproveito a oportunidade  para agradecer muito aos navegantes que por aqui aportam, pois souberam tirar por menos, com muita paciência, as limitações que se encontravam neste espaço.

Um abraço a todos!


P.s: em breve os "marcadores" serão hasteados!


segunda-feira, 22 de julho de 2013

In a Persian Market




Gosto de músicas que nos contam, sem palavras, as histórias, ou que nos permitem criar as nossas próprias histórias, ainda que, tão somente, pelas linhas infinitas da imaginação... 


domingo, 21 de julho de 2013

Quiromancia


Nossas mãos entrelaçadas me envolveram numa satisfação quase orgástica quando vi a tua face, lentamente, ser modelada por sereno contentamento.

Permiti que a ponta de meu polegar realizasse suaves contornos na palma de tua mão, enquanto eu sentia teus dedos perderem força, resistência, despencando numa aceitação incondicional.

Ah, eu te queria mais... Queria ver até onde poderia voar... Ansiava descobrir que segredo maior conseguiria garimpar sob a luminosidade vermelha de teus lábios úmidos entreabertos, sedentos por um beijo cujo calor faria escorrer em teu íntimo minha paixão.

"Não... Agora, não!"__ pensei, contendo, com dificuldade, a avidez. 

Se te beijasse, neste momento preciso, nunca revelarias quanta satisfação mais eu poderia dar a tua alma. Tudo terminaria tão rápido... No amor, os segundos e os minutos devem ser escravizados para que as horas se tornem amigas do desejo...

Era a vez da tua mão, não da tua boca e, na palma da tua mão, compus versos que seriam cantados por nós dois juntos, no leito, um pouco mais tarde, em meio a um labirinto sem saída de lençóis brancos... 

Ainda eram esboços invisíveis que a imaginação dava forma, coloridos com teu sorriso meigo, ao mesmo tempo em que teus olhos, num sonho de prazer desarmado, iam dizendo tudo aquilo que eu precisava saber de ti... 


sexta-feira, 19 de julho de 2013

É Isso Aí





Vida que segue... sempre com alguma canção no coração...


quinta-feira, 18 de julho de 2013

O 13º Trabalho de Hércules


Arrumar o meu quarto...

Shu Bop





Na música: Shu Bop (The Lost Track), by Dion.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Uma rapidinha...


Sereno, 
Outra vez, 
Enfim...
Uma trégua,
Um alívio! 
Em mim...
Sossegado,
Porém, 
Calado,
Jamais!
Não sou gado,
Cercado,
 Ruminando,
No pasto,
Rasteiro, 
Capim!


terça-feira, 16 de julho de 2013

Mistura Homogênea


Considero, no meu ato de escrever, a palavra e o sentimento como sendo uma única realidade: feito aroma de café com leite.

Entrego ao meu coração o ofício, por vezes ingrato, de arrumar as minhas frases (sejam estas verdadeiras ou não). 

O certo é que, mesclado aos textos, há um lastro subjetivo; um sentir que dá respaldo às idéias e nunca me deixa andando sozinho por entre os pensamentos quando saio à procura de inspiração...


Filhas Adotivas


Os livros me revelam: 

"Nossas letras, nossas palavras, nossas frases são fugitivas e apenas permitiram que tu levaste cada uma delas para tua casa porque acalentaram a esperança de encontrar, dentro de ti, um novo e aconchegante lar".

terça-feira, 9 de julho de 2013

Conto Zen*





Hui Tzu caminhava com Chuang Tzu pela beira do rio, e Chuang comentou: “Veja como os peixes estão alegres no riacho!”.

“Um momento”, disse Hui Tzu. “Já que você não é um peixe, como sabe que eles estão alegres?”

“E já que você não sou eu, como sabe que eu não sei que os peixes estão alegres?”, disse Chuang Tzu.

Hui contra-atacou: “Se eu, não sendo você, não posso saber o que você sabe, imagine você – que não é peixe, saber o que eles sabem!”.

“Deixemos de discussões inúteis”, replicou Chuang Tzu. “Voltemos à pergunta original: como eu sei que os peixes são felizes?”

“Exato”, disse Hui.

“Porque me fazem feliz”, concluiu Chuang. “A felicidade contagia”. 

_________________


Na música: "Tales From the Heart of Chuang Tzu", by Oliver Shanti & Friends. Na imagem: ukyo-e by Tsukioka Yoshitoshi

*Nota: o conto acima não é de minha autoria.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Escaldadura


De repente, inevitável,
O tempo me mergulha,
Em água pura, cristalina,
Num imenso caldeirão,
E, impaciente, ateia o fogo,
À lenha dos meus sentidos,
À crença que me faz ser.

Ferve todo esse império,
De inverdades sobre mim,
Falsa imagem que fenece,
Semelhante à pele do corpo,
Fantasia folgada, resiliente,
Rasgada no calor intranqüilo,
Perante ruidosa ebulição...

Cozinhando a alma nua,
Etérea, luminosa carne crua,
Nesse vagaroso banho quente,
Desfigura, a escaldadura,
Meu mundo mudo, dilatado,
Por entre vapores sinuosos,
A minha volta, embaçado...


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Caxangá




"Luto para viver, vivo para morrer
Enquanto minha morte não vem
Eu vivo de brigar contra o rei"


domingo, 30 de junho de 2013

Barracão de Zinco




E saibam que um encontro desses ocorreu...


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Em vão...


"Em vão, centenas de milhares de homens, amontoados num pequeno espaço, se esforçavam por desfigurar a terra em que viviam. Em vão, a cobriam de pedras para que nada pudesse germinar; em vão arrancavam as ervas tenras que pugnavam por irromper; em vão impregnavam o ar de fumaça; em vão escorraçavam os animais e os pássaros - Em vão... porque até na cidade, a primavera é primavera."

Tolstói

domingo, 23 de junho de 2013

Especialistas


"Quem se especializa na identificação do mal, dificilmente verá o bem."

André Luiz

terça-feira, 18 de junho de 2013

Recife...


...está chegando a sua vez...

domingo, 16 de junho de 2013

Eita que voz arretada!




"Voce mudou e eu também, tô aqui só pra saber que existe saudade, ainda bem..."


sábado, 15 de junho de 2013

Enquanto Não Compreendermos...

"(...)

O Amigo Felinto, que me acompanhava as reflexões, veio-me em auxílio, fazendo algumas anotações.

"__A violência, na Terra __acrescentou__, na atualidade, além dos fatores econômicos, sociológicos e psicológicos muito conhecidos e debatidos, também tem gênese, na indiferença dos que possuem, em relação àqueles que precisam.

A ostentação campeia, absurda, ferindo a miséria que, revoltada, se arma de agressividade para tomar; o desperdício cresce, chocante, humilhando a escassez, que se levanta para arrebatar; o luxo excessivo transita, indiferente, produzindo cólera na necessidade, que investe, odienta para aniquilar...

Enquanto os homens não compreenderem que os recursos são oportunidades de cooperação e o poder é investimento para a justiça e o equilíbrio entre as criaturas, essas guerras, urbana e doméstica, devastadoras, prosseguirão fazendo incalculável número de vítimas, que as estatísticas não poderão registrar."

(...)"

_____________________________

Excerto extraído da obra "Loucura e Obsessão", ditada pelo espírito Manoel P. de Miranda (psicografia de Divaldo P. Franco). 8 ª ed, FEB. 
    

terça-feira, 11 de junho de 2013

Quando o Amor Chora





O Amor, 
Tão leve, sobe,
Paira sobre nós
Feito nuvem, 
- A mais alva -
E olha para baixo,
Ao ouvir o grito 
De cada dor,
 Nos dias cinzentos
 Em que até o Sol

Se esconde, covarde,
Mas, há quem diga,
O Amor,
Nessas horas, 
Faz chover...
Todavia, 
Minh'alma revela: 
"São lágrimas..."
...
_____________________

Na música: "Rainy Mood" by Daniel Wisenhoff (with rain sound).

sábado, 1 de junho de 2013

Venha dançar comigo...




"J'avais dessiné sur le sable
Son doux visage qui me souriait
Puis il a plu sur cette plage
Dans cet orage, elle a disparu"


sexta-feira, 31 de maio de 2013

Arrebatando-me




Cálida, a tua boca sôfrega,
Num apetite por insana paixão,
Sorveu em meu fôlego moribundo,
As últimas gotas de minha razão...


__________

Na imagem: "Страсти в Желании" (Paixão no Desejo?),
by Shurganov Vladislav, em АРТПО.ru  

Verbos Acanhados


Para a timidez, a palavra escrita, muito interessa.

sábado, 18 de maio de 2013

Time


 



"The time is gone, the song is over, thought I'd something more to say..."


______

Song by Pink Floyd

Janelas Abertas para a Noite


Nas fotos, o olhar dela, sem brilho, quase nunca acompanha o sorriso forçado que lhe serve de esconderijo.

É como se ela carregasse consigo algum segredo de mentira que acabou transformando-se num fardo insustentável.

Nos seus olhos, um ainda discreto desgosto incontido marca as primeiras fissuras da realidade sobre si mesma, que revela aos poucos sua tristeza, como o despontar das primeiras sombras da noite no crepúsculo de um sábado de outono. 

Vejo aquela menina deslocada no tempo e no espaço; uma verdadeira arte em preto e branco que a solidão desenhou, animou e fez mergulhar nas festas onde são fabricadas a ilusão e o esquecimento. 

A garota virou um fantoche das próprias mentiras que, certamente, conta todos os dias para seu reflexo cego no espelho. Todos os dias, sem parar, pensa que o tempo não passará, apoiada numa crença de incertezas regadas com álcool e banhadas no perfume doce e nauseante da vaidade.

Ela acredita, piamente, que é apenas a soma de seus próprios erros e, com um esforço imenso, busca a corrupção de si mesma até a fraude convencê-la de sua fantasia.

Sinto que essa menina foge para os braços do vazio que traz consigo; em direção a um vácuo existencial que lhe pune por meio de uma vontade insaciável, a maneira de quem bebe, em goles fartos, a água salgada do mar...

sábado, 11 de maio de 2013

Hoje...


...acordei assim...

domingo, 5 de maio de 2013

Fraqueza


Covarde é a solidão que, ante o estalo do látego da carência, escolhe maltratar a intimidade da criatura humana!

Bravo!




____________________________

Na música: Concerto em Ré Maior para Piano e Cordas,
Hob. XVIII:11: III. Rondo All'Ungarese. Allegro Assai
Composição de Joseph Haydn

Intérprete: Emanuel Ax (piano) e a Orquestra de Câmara Franz Liszt.

sábado, 4 de maio de 2013

Equívocos Existenciais


"O corpo é meu!".

Daí vem a morte e toma-o de nossas mãos...

A Paciência


Esmigalha o tempo e faz sumir todas as distâncias.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Com a Palavra, o Professor (2)




"Estudar, observar e imitar sem pensar significa o mesmo esforço que andar sem rumo. Tudo quanto verdadeiramente sabemos é justo saber que sabemos. Mas o que não sabemos, cumpre-nos saber que o não sabemos. Nisto reside a sabedoria."

Confúcio (551 a.C– 479 a.C)


domingo, 28 de abril de 2013

Folhas Alaranjadas





 ...e eu estou numa noite daquelas...

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Na imagem: Alone in the Autumn (de autoria por mim desconhecida).
Na música: Wish You Were Here, by Bee Gees.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Alegria ou Dor


A existência atual é uma lágrima que escorre sinuosa por toda a face da imortalidade.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Inevitável


Porque acredita em nós, a paz sempre arruma algum modo de nos encontrar... Não adianta fugir...

sábado, 20 de abril de 2013

Sons de Carrilhões





Se eu falar alguma coisa, eu choro...

Cenas Assinadas



Assim eu desencarno de emoção... Haja coração com tanta beleza!

Venham simbora pra cá, minha gente! :D

___________________

Na imagem: Cais José Estelita.

Fé Raciocinada



segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mais com Menos


A simplicidade é a arte do necessário; a ciência do essencial.

domingo, 14 de abril de 2013

Piche


A vaidade é aquele algo pegajoso da ilusão acerca de nós mesmos.

sábado, 13 de abril de 2013

Indiferença (2)


Quando o amor é amarrado, amordaçado e emparedado na corrupção do esquecimento egoísta.

domingo, 7 de abril de 2013

Place De Mon Coeur




_________

Single do álbum "Foule Monstre".


Sem Palavras




Frágil, fora nossa paixão,
Tanto que já se sabia:
Sem palavras, estouraria, 
 Qual uma bolha de sabão...

A ilusão, por anos, soprei,
Até findar todo o encanto,
Sentindo arder, num pranto,
       Os olhos que um dia ceguei...    


________

 Imagem: Zuzutop

sábado, 6 de abril de 2013

Street Artists Confederation



Os seus fins, no dizer da própria organização:

"This project is born from a need to form a strong and worldwide Confederation of artists, characterized by no selfishness and no competition spirit, for collaborate and create a group-power that defend every artist from the inequity and injustice of the System! Working on our own and working also together to create something big that can have a deep impact on society. Power to the creative mass!"


Clique aqui e confira alguns trabalhos!  Eles são totalmente sensacionais!

Na imagem: "V-J Day, The Kiss", mural de Eduardo Kobra. Outros ângulos da obra podem ser vistos neste site

__________________


Crescei e multiplicai artistas urbanos! 

Despoluí o nosso mundo, livrando-nos da insensibilidade egoísta, da frieza consumista que nossos corações regurgitam nas calçadas! 

Resgatai em nossas almas o deslumbramento, o fascínio, a admiração da criança! 

Refazei  com o banho de vossas tintas, nas pontas dos grafites e dos pincéis, o nosso mundo cinzento e arruinado!

Ide e levai as cores para onde reina a tristeza, o esquecimento, o descaso, o abandono!

Curai-nos da loucura das cidades, dinamitando, com o turbilhão da criatividade sem fronteiras e sem amarras, as ruas repletas pelas multidões solitárias, esgotadas pela rotina!

Derrubai os muros da dor, do desespero e do silêncio covarde e omisso com a alegria de vossas almas leves e libertas que pairam acima de nós, iluminadas! 

Vinde em socorro às sombras ambulantes, nos becos, avenidas, pontes e  praças, imersas na degradação dos vícios!

Humanizai com a vossa arte o nosso cotidiano selvagem relegado à competição, à alienação e ao conflito!

Crescei e multiplicai artistas urbanos,  até que não reste um homem sequer, insensível, a transitar pelas esquinas de nossas cidades...


terça-feira, 2 de abril de 2013

Vivaldino, eu? Apenas no bom sentido...




Concerto para alaúde (violão), dois violinos e baixo contínuo, em Ré Maior, RV 93. Composição de Antonio Vivaldi

Violonista intérprete John Williams com a Orquestra Sinfônica de Sevilla. Gravação realizada nos Reais Alcáceres de Sevilla.


sábado, 30 de março de 2013

A maior das aventuras é...


...a busca pelo autoconhecimento.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Contemplação de um Quadro Campestre Inacabado


O azul do céu abre meus olhos...

Duradouro, infinito, dourado trigal avança...

Deixo-me conduzir por alguém que não vejo. 

A rodovia estreita e antiga ceifa o campo em duas partes: o antes e o depois.  

Ao longe, pequena casa caiada solitária, abandonada, quase sem telhado, não sabe mais a razão de estar ali. Sempre me ocorre a impressão de que alguém um dia voltará a morar nesse lugar.

Subo a colina. O aclive é suave; canso-me pouco. Quero ver tudo o que me é permitido, lá em cima. 

No alto, o cedro frondoso me espera. 

Apanho três folhas mortas. 

Uma vespa, em tons metálicos, cintila sob o Sol. Seu zumbido me diz que voa a procura duma flor. Parece longe de seu ninho... Até agora, não há flores por aqui, embora sinta vários aromas bons, e irreconhecíveis, em cada cor que se revela. 

O clima da tarde é ameno. A tranquilidade que invade cada detalhe apaga das lembranças a possibilidade da fala. 

Eu podia jurar que uma nuvem sorriu para mim e uma outra desenhou meu destino... 

Toco no tronco do cedro. A árvore é uma anciã. Ponho-me a ouvi-la em sua história. Sentado, mergulho na ampla massa de sombras que projeta ao seu derredor. 

O que eu quero que exista além da colina?

Falta pintar o horizonte e colorir a tarde com o seu final. Retocar, a composição...

Não ficou bom (ainda não, porque não quero terminar).

Para ver o Sol da tarde, fecho meus olhos...

Deixo cair, de minhas tintas, o pincel.

terça-feira, 26 de março de 2013

Pequenez


Não há lugar onde eu me sinta mais agradavelmente ignorante do que numa biblioteca...

domingo, 24 de março de 2013

Mensagem da Veneranda




Ainda é tempo de recompores uma situação infeliz que está ficando para trás.

Enquanto estás no caminho com o outro, há oportunidade para refazer e corrigir.

Se ele não aceita a tua disposição, o problema já não é teu.

Enquanto, porém, não te disponhas ao ato nobre, permaneces em débito.

O mau momento ocorre sempre. A manutenção dele é opcional do capricho humano.

Saneia-te com a disposição superior de não conservar lixo emocional, buscando todo aquele com quem não foste feliz, a fim de retificar a situação.

_______________

"Ainda é Tempo de Recompores...", mensagem ditada por Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Pereira Franco.

Koan: Nishikigoi


Nas margens de um lago,  mestre Satoru alimentava alguns nishikigoi*.

__Quando os peixes se aproximam do espelho d'água para comerem__  falou a seu pupilo __ele se desfaz. Todas as imagens que ele reflete se distorcem, momentaneamente, num breve caos, sob a agitação das ondulações que percorrem a totalidade do lago... 

Após breve silêncio, continuou:

__Note como perdemos o interesse pelo que está na plácida superfície... Os peixes sobressaem... 

O discípulo fixou sua atenção no lago, tentando alcançar o sentido das palavras, e ouviu mestre Satoru concluir:

__Muito além do lago, os peixes existem e nadam... Ora com tranquilidade, ora com muita fome...


________________

*Nishikigoi: espécie de carpa ornamental japonesa. 

domingo, 10 de março de 2013

The Trees



Aumenta que isso aí é Rock 'n Roll!


sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA INTERNACIONAL DA MULHER...


...É TODO DIA E PONTO FINAL!!!

Se dizer isso é clichê, garanto que não é mais do que comemorar a data todos os anos...

Sempre fui avesso a essa mania de efemérides sobre isso ou aquilo.

Entretanto, entendo que muitos homens do tipo "casca grossa" precisam dessa data para pensarem no quão importante é ter vocês, caminhando ao nosso lado (e na nossa frente também) nas lutas do cotidiano... 

Pelo menos, respirar nesse clima de reflexões políticas, sociológicas e históricas, acerca do papel da mulher na construção de uma sociedade cada vez mais democrática, justa e humanizada, durante vinte e quatro horas, para alguns homens já é um bom começo. 

Não fiquemos somente com esse dia em nossas lembranças... Façamos dessa data um instante de projeção permanente em sucessivos amanhãs, através do cultivo diário do respeito, do carinho e da atenção, não só nos grandes momentos, mas nos igualmente importantes pequenos momentos de nossas vidas com vocês, mulheres de todo o mundo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Aos Navegantes (2)

Apenas para constar:

Pelo visto, o problema com aquelas palavras que se "transformam" em links com "balões de propagandas" estão relacionadas ao navegador. Aqui, elas só estão aparecendo quando uso o Firefox...

Em todos os blogs que eu visitava, essas propagandas apareciam, relacionadas com alguma palavra nos posts e também nos comentários... Notei que o próprio dono do site não percebe, porque o seu navegador, na certa, é outro.

As soluções que me foram apresentadas, até agora, não surtiram qualquer efeito... Por enquanto, vou ficar usando um outro navegador.  

Meno male...

sábado, 2 de março de 2013

A Última Luz


A mariposa, pobrezinha, durante aquela noite já havia esquecido tudo o que lhe importava realmente. Deixara para trás a felicidade que costumava encontrar nos jardins ao ar livre sob a luz do luar. Abandonou por completo sua natureza, fascinada pelas luzes artificiais das residências e dos estabelecimentos comerciais.

Encantava-se com o brilho fugaz e voava célere, quase desesperada, rumo às lâmpadas que iam sendo ora apagadas, ora acendidas, totalmente indiferentes a sua presença.

Por horas a fio, de casa em casa, buscava abraçar e agarrar a iluminação das varandas, dos corredores, dos tetos... Mal se acendia uma lâmpada e lá estava a mariposa, rodeando-a, vertiginosamente, até a embriaguez... Queria luz! Queria calor!  Desejava ter para si toda aquela luminosidade que emanava das construções humanas; que parecia emergir instantânea, a maneira de um "Big-Bang", um clarão insano de vida, um passe de mágica!  

Mas... e o néctar das flores noturnas e a fragância que elas exalavam? E a umidade suave da madrugada com o sereno que outrora fazia luzir a Lua Cheia em seu corpo? E as valsas que dançava com seus pares no embalo da melodia das brisas que eriçavam carinhosamente as escamas coloridas de suas asas majestosas?

A verdade é que não trazia mais em seu coração vaidoso o interesse por aquela vida que julgava agora ser provinciana, de mal gosto. Enxergava o espaço dos jardins como sendo locais de luzes frias, pequenas e serenas, quase apagadas, sem emoção. Os jardins se tornaram para ela o retrato da pobreza na falta de sofisticação; a imagem da insatisfação dos sentidos, do tédio sem fim... 

Sua sede era de estar ali, ao lado daquilo que poderia iluminar-lhe, ainda que por alguns segundos. Mesmo nesses curtos instantes nunca se dispôs a pensar porque duravam tão pouco...

Por toda a noite foi assim. Substituía o encontro de uma luminária pela outra e conheceu quase todos os tipos de lâmpadas que existiam no mercado, nos seus mais variados formatos, em seu insaciável afã por luzes alheias. 

A mariposa, esgotada, finalmente viu a última lâmpada do bairro ser apagada quando o dia se levantou da sua cama de estrelas perante os primeiros raios da alvorada. Ela não suportava mais qualquer bater de asas. Tombou exangue, no primeiro degrau da entrada de uma casa, a poucos metros de um jardim... 

Ao ver o Sol pela primeira vez, quis a sua luz e, sentindo o seu calor, lembrou-se da natureza que havia deixado para trás... 

"Os jardins!" - pensou - "Preciso deles...!", porém, o seu corpo não respondia mais o coração... 

A Lua... a melodia dos ventos assanhando suas asas... seus pares... a umidade... a serenidade... os perfumes... a paz...   

Partia. 

Todavia, era cedo demais.
    

domingo, 24 de fevereiro de 2013

No Alto (A)Mar


Em pleno motim dos sentimentos, instigados pela desobediência do desejo, o capitão olhou para o firmamento salpicado de estrelas.

E porque não conseguia ver o que lhe aguardava além do tempo presente, humilhado, imaginou-se abraçado à Estrela Polar...

Quase em êxtase, ouviu, em sua consciência, voz suave que julgou ser a do luminoso astro que respondia piedoso aos seus lamentos infantis:

__Amar-se é um seguir em frente com as certezas das correntezas e brisas oceânicas... Um deixar-se levar para onde apontam as luzes no céu da noite... É um desistir da desistência imposta pela âncora dos medos e de suas filhas: a dúvida e a rebeldia; é aceitar que a única certeza é o que sentimos e o Amor, dentre os sentimentos, é a certeza mais nobre que nos alcança... Amar-se, por fim e começo, é renunciar a esta crença: a de que o velejar só depende de nossas mãos...

Nessa mesma noite, o capitão entregou, sem resistência, o comando de sua nau.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Playing For Change


Song Around the World!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Aos Navegantes


Não sei se alguém já reparou, mas começaram a surgir, nas minhas postagens, links irritantes, não autorizados por mim, contendo "balões de propagandas".

Estou pesquisando em sites alguma forma de resolver esse absurdo.

É como eu havia dito em outra postagem: "a propaganda está virando a alma obsessora do negócio"...
 

Vício


Como é fácil arrancar fora, a árvore escondida, enquanto ainda é semente!

Morte (2)


"A morte é uma libertação para quem viveu libertando-se. A morte é uma escravização para quem viveu escravizando-se."


Morte


"Nós saímos do corpo, mas não saímos da vida."


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Estátua da Paciência

Delicioso foxtrote de Noel Rosa que me faz viajar no tempo...
 


"Seu telegrama diz:
'Regressarei brevemente'
Mas o seu trem fatalmente
Chegar não quis..." 



Nos Teus Cabelos




Na música: Girassol by Alceu Valença.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mandalas


Eu não tenho conta no Facebook, mas meu irmão tem e ele vive me chamando para mostrar algumas coisas legais que existem por lá...

Uma delas foi este site: https://www.facebook.com/mandalabook - que contém belíssimas mandalas, verdadeiras obras de arte, como a da imagem acima (cujo autor possui uma página: em  http://www.organicmandala.deviantart.com/).

Simplesmente show!

Serenidade





 A escalada continua... 
...e a paisagem vai tornando-se cada vez mais bela...

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Na música: Tinuviel by Amethystium

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Tum-tum, tum-tum...

Seu carnaval segue ao som de um coração no compasso da saudade: batucada em ritmo acelerado, arrochado, num ziriguidum danado...

A noite inteira, tirando de sua boca, os versos de uma velha canção:

"Ali Babá, Aladim, Rapunzel,
Eu vou dançar até o Sol raiar no céu..."

A rouquidão não o impede de cantar, no sobe e desce das ladeiras, pulando em ruas fantasiadas pelos seus delírios sentimentais, surreais, numa festa de um só, a dançar consigo mesmo, com a multidão de mais ninguém.

Por isso, não se vestiu de arlequim.

Preferiu trazer a face descoberta, desmascarada...

É apenas dele esse carnaval que, de carne, nada tem.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sem mais...


                                                                        

Verdade com "M" maiúsculo

Recebi este texto de uma amiga, pelo e-mail:


Concordo em gênero, número e grau... 

E confesso que, nos dias de hoje, pelo menos por aqui, no Recife, tem sido difícil encontrar uma dessas "Mulheres de Verdade"... 

Mas, eu sou teimoso e não desisto de procurar...
 (Quem sabe, ela não me encontra antes?)


sábado, 9 de fevereiro de 2013

La Pluie




"On l'aime parfois elle hausse la voix elle nous bouscule
elle ne donne plus de ses nouvelles en canicule
puis elle revient comme un besoin par affection
et elle nous chante sa grande chanson
l'inondation"

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Na música: "La Pluie" -  Zaz (intérprete), composição de Vivian Roost. Na imagem: "Rain of Love", óleo sobre tela de puro algodão, by Leonid Afremov.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Eternidade


No fundo, nós sabemos que o tempo morre quando amamos, porque o amor vence o tempo, deixando-o eterno...

E não me larga essa carência...

...de querer fazer carinho...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Regresso





Nas minhas descidas,
Ao meu Hades interior,
Em busca de luzes,
Que nunca se extinguem,
A arte é meu fio de Ariadne...

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Na imagem: La Valse, by Camille Claudel. Na música:  Pietro Mascagni, Cavalleria Rusticana (Intermezzo).

Coragem


"Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência. Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la."


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Dissimulado



E quando cansei de esperar,
Na minha desistência de amar, 
Veio a mentira em meu lugar...


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Decalcomania, 1966 - by René Magritte.

Reflexões sobre as Redes Sociais

Trago, logo a seguir, duas entrevistas com Andrew Keen, conhecido como o "anticristo do Vale do Silício".


Concordo com muita coisa dita por ele...

O mais legal de tudo é que gente como Andrew mantém acesa a chama da discussão a respeito do uso das redes sociais, provocando em nós reflexões quanto a nossa postura diante desses meios de comunicação e quais as conseqüências desse nosso posicionamento.

Também posto um link para uma matéria que trata de um estudo realizado sobre a inveja no Facebook.  


En passant: pois é Bruna, também fiquei afim de ler os livros desse cara...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Walk





Ecocídio (2)

É interessante (para não dizer que eu fico p* da vida)...

Uma parte da humanidade tem lutado para mostrar a outra que não somos seres dissociados do ambiente em que vivemos.

Dizem que qualquer atitude que prejudique a natureza volta-se contra nós mesmos...

Tudo muito certo... justo e perfeito... 

Porém, o que dizer, então, quando, nessa atitude de respeito pelo meio ambiente, não é levado em consideração o respeito por si mesmo, quanto a própria saúde? Afinal, não somos partes desse todo natural?

Reclamamos da presença dos agrotóxicos nas plantações; dos aditivos nos alimentos; dos compostos químicos expelidos pelos motores e pelos complexos industriais; do chorume nos lixões e cemitérios; dos dejetos liberados,  sem o devido trato,  pelo esgotamento sanitário... Mas, intoxicar o próprio corpo com o álcool ou com qualquer outra droga está tudo bem...

"É um direito que eu tenho, porque o corpo é meu!".

Sem problema companheiro, vá em frente e faça de suas palavras por um mundo melhor mais "verdadeiras" e "coerentes"... Ou, quer que eu o siga, vendo seu corpo nos mostrar, à exaustão, como é a luta diária dele pela manutenção da homeostase de um ecossistema de trilhões de células, tentando desintoxicar-se daquilo que você o força a consumir de modo desnecessário?  

Eu pergunto, numa quase perplexidade, verdadeiramente curiosa: o que existe dentro da cabeça de alguém que o faz limpar (ou pretender limpar) o mundo, todavia poluindo a si mesmo? 

Talvez, ele, sem perceber, não se enxergue um integrante deste mundo em que vivemos... Logo, o que dizer da maneira como vê seu próprio corpo? Em que universo ele está? Talvez, nele mesmo não se encontre para ouvir a resposta pronta... caso eu tivesse uma...  

Limpe a grama, o rio, as ruas, as praias, mas suje o corpo e sua mente... 

Parece uma piada de humor negro, ainda por cima, mal contada.  

Eu até riria... se não fosse trágico... 


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ego Inflado

Ascende o balão,
E torna-se mais alto...

Mais alto que o coração,
Mais alto que a cabeça,

Mais alto que o carvalho,
Mais alto que a montanha,

Mais alto que as águias
Mais alto que as nuvens,

Mais alto que o Sol,
Mais alto que a Lua,

Mais alto que o espaço sideral,
Mais alto que ele mesmo...

Quem mais pode vê-lo em suas cores?
Quem mais pode vê-lo na multidão?
Quem mais pode vê-lo em sua solidão?

Ascende o balão,
E torna-se mais alto,
Sem sair do chão...

In the name of love



"One man caught on a barbed wire fence
One man here resist
One man washed up on an empty beach
One man betrayed with a kiss."


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lesão


Nova categoria de esporte radical: andar pelas calçadas do Recife.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mahatma


"Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição."


sábado, 26 de janeiro de 2013

Nuvens



Lindíssimas imagens para meditar e descansar a alma.


Estações

Entrou matreiro pela janela da cozinha, o sol, e descobriu em cima da pia um cubo de gelo, desolado, ensimesmado.

Cheia de piedade, a estrela quis lambê-lo e assim o fez.

O detento do frio se liquefazia agora em lágrimas mornas, copiosas, que se esparramavam sobre o mármore, indo até o piso... 

Enquanto escorria lentamente, inundando frestas e imperfeições, traçava, qual hábil artista, nas superficies aonde passava, sorridentes filetes que impressionavam o mundo ao seu redor...  

Molhou alguns grãos de arroz, bem como o carpete e o braço da dona de casa; misturou-se com a poeira dos cantos e com um resto de suco derramado. Também formou minúsculas poças que formigas sedentas agradeceram. 

Uma parte de si desceu pelo ralo, após sequestro arquitetado pelo pano de chão com a cumplicidade da flanela... 

Mas houve aquela parte cujas lágrimas cintilantes ascenderam às alturas azulíneas onde reinam soberanos os cúmulos, os nimbos e os estratos.

Nunca imaginou que um dia, algo nele voltaria a ser como a chuva numa outra estação...


Ecocídio


Qualquer forma de degradação do meio ambiente tem por princípio a nossa poluição mental.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Anima (2): Mais Uma Canção

No dizer da própria autora, Lívia Holanda, a animação a seguir é "uma fábula digital original que retrata a dificuldade dos encontros em um mundo de aparências". 




Nada vai mudar entre nós... afinal...


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Desenlaces


Desilusões choram poemas e trazem o soluçar das letras condoídas.

Verdadeira catarse psicoliterária: é nossa "blogoterapia". 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Prisioneiros


A ilusão da posse, atiçada pela cobiça, é uma das grades mais duras e frias, porque nos aprisiona por dentro...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Estranho Estrangeiro

Antes de acordar, carregou um mundo inteiro dentro de si repleto de terras longínquas e pessoas que mostravam em suas faces o desconhecido...

Quando finalmente despertou, percebeu que o distante sempre foi perto e passou a enxergar, no rosto de cada um desses desconhecidos, a sua própria face...

Não há, em nós - ele disse - um local para descanso longo, permanente.

Para onde formos, levaremos a sina de sermos peregrinos a trilhar por terras estrangeiras.

Também sou gaijin... um gaijin em mim mesmo... 

Não existe água que dure em minhas mãos para sempre.

Não existe um lugar que possa ser meu...  

Nem os passos são meus... 

Nem os rastros são meus...

Nem os pés são meus... 

Nem o caminhar é meu... 

Nem o Caminho...

Leve é a caminhadura, porque sou livre. 

A leveza é o único fardo. 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Maçãs


Sei que os amores maduros demoram a despontar e só são colhidos nos mais altos ramos...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Silêncio


Palco onde o sons interpretam a voz, o ruído e a melodia.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Lua e Flor




"Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar..."

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Na música: outra do sempre inspirado Oswaldo Montenegro. Na imagem: "Moonlight", photo by  Richard X. Thripp.


Pianíssimo


Um dia, as poesias deste blog serão fruto de uma escrita a quatro mãos...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desembaraço


Desapegar-se do mundo é abraçá-lo com a nossa própria liberdade interior.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Parando o Tempo (3)




Visto-me com a voz do silêncio, porque é a vez do sentimento...

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Na imagem: The Melody of Night, by Leonid Afremov. Na música: John Coltrane (sax) & Johnny Hartman (voz), interpretam My One and Only Love (1963)